Prestígio

Sem dinheiro no caixa e tendo que lutar com o prestígio e a vitrine dos clubes do eixo Rio-São Paulo, o gestor de futebol do Bahia, Paulo Angioni, está utilizando o prestígio para reforçar o tricolor. Nesta sexta-feira foram anunciadas mais duas contratações: o lateral-esquerdo Dodô e o meia Boquita, ambos do Corinthians.

Com a confirmação da dupla, agora são três jogadores provenientes do Corinthians – o atacante Souza foi o primeiro a ser anunciado. Essa é a mesma quantidade de jogadores do Vasco da Gama que já foi contratada: Tiago, Bruno Paulo e Magno.

Existem ainda especulações que podem aumentar a sucursal paulista e carioca no Fazendão. O zagueiro Titi, do Vasco, está praticamente certo com o Bahia. O tricolor também tem a esperança de ainda manter Morais e, há quem diga, almeja a contratação de Defederico, dois corintianos.

A grande quantidade de ex-corintianos e vascaínos tem uma explicação. Foi nestes dois clubes que Paulo Angioni se destacou e tem mais identificação. Apenas o volante Rafael Jataí, que é do Atlético Mineiro, não pertence à dupla que está no currículo do gestor tricolor.

Utilizar o prestígio para driblar as dificuldades de contratação é mais do que válido. Mas, se era para fazer apostas em jovens jogadores, por que não dá oportunidades para aqueles que estão nas divisões de base? Ou será que os que estão no Fazendão não estão preparados para isto?

A hora da negociação

Cumprindo aqui a rotina das sextas-feiras, vai mais uma matéria do Jornal da Metrópole: “A hora da negociação – Com o fim da temporada, empresários tentam emplacar craques e pernas-de-pau nos clubes”

“Dezembro é um mês agrícola: empresários de jogadores plantam notícias diariamente sobre transferências”. Não há melhor definição para este período do ano do que esta do jornalista Sidney Garambone, editor-chefe do Esporte Espetacular.

Os campeonatos acabam, os times saem de campo e os empresários roubam a cena. Com todas as equipes iniciando a montagem do elenco para a próxima temporada, é a hora dos mais influentes tentaram emplacar os craques e, na maioria dos casos, os pernas-de-pau nos principais clubes do País.

Bahia e Vitória, é claro, não poderiam ficar de fora do assédio desses profissionais. Desde o final da Série B do Campeonato Brasileiro, as resenhas esportivas estão recheadas de “pode”, “deve” e/ou “interessa”.

Este ano, com a definição da continuidade de Paulo Angioni, o Bahia tem sido a principal vítima da chuva de especulações. Foram, ao todo, 17 jogadores cogitados como futuros atletas do tricolor. A lista vai desde o goleiro Lauro, procurado quando Renê foi suspenso pelo doping, até o argentino Defederico, uma indicação da torcida que ganhou repercussão em alguns setores da imprensa.

Nome a nome, as especulações do Bahia foram: Lauro, Fabinho Capixaba, Fabão, Marcelinho Paraíba, Danilo, Leandro Domingues, Marcos, Rafael Coelho, Baiano, Júnior, Léo Gago, Souza, Vandinho, Nunes e Defederico. Até então, foram apenas cinco confirmados: Souza, Bruno Paulo, Magno, Tiago e Rafael Jataí.

No Vitória, a situação é um pouco diferente. Como o gerente de futebol foi apresentado somente no começo desta semana, os boatos vão começar a ganhar força somente a partir de agora. Até então, as promessas na Toca do Leão são os atacantes Rafael Coelho, Neto Baiano, que retorna de empréstimo, e o meia Carlinhos Paraíba, ambos revelados pelo presidente Alexi Portela.

Já com relação à saída de jogadores, o Vitória sai na frente. A toda hora, aparece uma nova informação exclusiva de um jogador rubro-negro que pode deixar a Toca do Leão. Na maioria dos casos, não passa de uma especulação dos empresários de olho no aumento salarial na renovação dos jogadores.