Amor bandido

Nessa época de negociações, não é difícil encontrar um jogador dizendo que vai dar prioridade a tal clube por amar a torcida, ser torcedor ou pelo respeito à história. O discurso é mais do que comum. No Bahia, desde o final da Série B do Brasileiro, a prática foi constante.

O discurso da paixão pela torcida e do prazer de jogar pelo tricolor foi repetido por quase todo o elenco. Até mesmo os que sabiam que não iriam continuar no Fazendão aderiram à onda. Só que, entre os que interessam ao clube, o que se viu foi muitas palavras e pouca ação.

Com o receio de ficarem queimados com a torcida, os jogadores colocaram o Bahia lá em cima. Fizeram mil elogios aos torcedores e revelaram o desejo de permanecer no clube. Só que na ‘hora H’, no momento de assinar o contrato, o peso do salário tem sido maior do que a paixão pelo azul, vermelho e branco.

Tirando a estranheza do caso da renovação de Alison, o zagueiro é um dos jogadores que declararam amor ao Bahia, mas não se esforçaram tanto assim para continuar no clube. Desde a semana passada, o que se vê nesta situação é a diretoria dizendo que a renovação está próxima e o empresário do jogador criticando a postura dos dirigentes tricolores.

É por essas e outras que eu fico com o que o empresário de Thiago Neves, Léo Rabello, declarou esta semana: “Jogador de futebol dá preferência a condições de trabalho, não ao Rio de Janeiro ou algo assim. Como tem salário alto, dá preferência a quem possa pagar o salário dele. Essa conversa fiada de amor ao clube não existe”.